Em dezembro de 1831, Charles Darwin, com
apenas 22 anos, zarpou a bordo do navio H.M.S. Beagle, comandado pelo capitão
Robert Fitzroy, em uma viagem para realizar o estudo cartográfico da América do
Sul, a fim de futuras explorações.
Sua viagem teve cerca de 20 paradas,
começando pela Ilha de Cabo Verde, onde Darwin coletava materiais fósseis e
não-fósseis de plantas e animais. Lá ele descobriu cerca de 210 novas espécies (dentre elas invertebrados, algas, peixes, mamíferos)
Passou por Fernando de Noronha, Salvador e
Rio de Janeiro, onde permaneceu por um tempo pois seu navio retornou a Salvador
para rever cálculos cartográfica dando a ele tempo para realizar suas
observações. Depois disso, passou pelo Uruguai, Argentina e Chile.
Na Patagônia, ocorreu um fato curioso. A
tripulação do Beagle, para se alimentar, caçava emas (Rhea americana). Porém havia algumas emas diferentes, um pouco
menores, consideradas apenas como uma ema mais jovem. Na ceia de natal, esta
ema diferenciada foi servida, e ao comer, Darwin reparou que na ossada havia
algo diferente. Pediu então ao cozinheiro as penas da ave. E ao voltar para a
Inglaterra, descobriu, com as penas e ossos, que aquela era uma espécie
diferente de ema, que foi denominada de Rhea
darwinii.
No Chile, fez uma expedição aos Andes, onde
ultrapassou os 1.000m de altitude, e encontrou lá fósseis de conchas (se relacionando ao trabalho de Charles Lyell, "Princípios da Geologia"). Isso,
junto com as anotações feitas em outros países, com mudanças de clima e temperaturas,
fez com que ele duvidasse do modelo vigente, da imutabilidade das espécies.
Ao sair de lá, partiu para as Ilhas Galápagos.
Lá ele reparou que em cada ilha do arquipélago, haviam tipos diferentes de pássaros,
árvores e cágados. Após isso, partiu para a Nova Zelândia, Austrália e África.
Voltou à Bahia e seguiu de volta para a Inglaterra.
Sua viagem rendeu a coleta de 1.529 espécies
fósseis, 3.907 espécimes preservados e um diário de 770 páginas, com tudo que
Darwin observava registrado.
Tentilhões de Darwin
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Ao
chegar, em 1937, consultou ornitólogos e descobriu que os tentilhões, pássaros
coletados nas várias ilhas de Galápagos, eram de espécies diferentes. A partir
disso Darwin começou a escrever suas primeiras notas sobre a origem das
espécies, relacionando a evolução das mesmas à adaptações ao clima e vegetação.
Em 1938, teve contato com a obra de Thomas
Malthus que dizia que a população crescia em progressão geométrica e a produção
alimentícia em progressão aritmética, concluindo que isso levaria a uma
competição das espécies pela sobrevivência.
Com sua pesquisa da mutabilidade das
espécies, Darwin chegou à conclusão de que espécies com vantagens sobre certo
tipo de ambiente, iriam acabar ganhando essa competição pela sobrevivência, e
as espécies sem vantagens acabariam extintas. A esse fator, Darwin deu o nome
de seleção natural.
Livro "A origem das espécies" |
Até que em 58 recebeu uma carta de um
naturalista que realizou um trabalho sobre o mesmo tema no arquipélago Malaio,
e que pediu a Darwin para avaliar sua pesquisa. Darwin comentou que Wallace
havia resumido de forma esplendorosa seu trabalho de 22 anos.
- Fonte bibliográfica:
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