quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Mutação Gênica

Mutação Gênica ocorre quando certa alteração afeta a estrutura do DNA no momento da produção de uma célula, essa podendo se multiplicar e gerar modificações no indivíduo. Determinada mutação pode ser decorrente da adição, perda ou a troca da posição de um gene que fazia parte do DNA original. Como segue na Imagem abaixo:

                
Geralmente as alterações contidas no DNA das células passam despercebidas, não causando grandes diferenças em seu funcionamento ou até mesmo inofensivas, como as pintas que surgem na pele. Porém, por vezes, essas alterações são mais sérias, por exemplo o albinismo, que é uma mutação nos genes produtores de melanina, diminuindo em grande quantidade a produção desta substância e gerando problemas para o portador.


Anemia Falciforme

               A anemia falciforme é uma mutação gênica grave, que gera uma deficiência na produção de hemoglobina, alterando seu formato de circular achatado para meia lua, fazendo com que grudem uma na outra, entupindo as veias e artérias e incapacitando-a de transportar oxigênio. A substituição do aminoácido ácido glutâmico pelo aminoácido valina, em uma das cadeias de hemoglobina, é o que causa a modificação, conduzindo a uma alteração na forma da proteína toda.






Fontes:

Anemia Falciforme:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/anemia-falciforme

Mutação Gênica:
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/AcNucleico10.php
http://brasilescola.uol.com.br/biologia/mutacao.htm

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Evidências da Evolução - Lucy

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Há muito tempo, a humanidade busca saber as origens de sua própria espécie. Sabe-se que temos alguma ligação genética com os macacos, mas durante muito tempo, buscaram-se provas para tal afirmação. No dia 24 de novembro de 1974, o paleoantropólogo norte-americano Donald Johanson se deparou com aquela que seria uma das maiores descobertas da história da ciência; a ela foi dada o nome de Lucy.




Resultado de imagem para lucy fossilNa região de Afar, na Etiópia, foi encontrado um esqueleto quase completo de uma fêmea da espécie posteriormente identificada como Australopithecus afarensis; possuía 1,1 metros de altura e pesava cerca de 30 kg. Seu crânio era menor que o de outros fósseis antes encontrados; suas costelas e membro eram muito semelhantes ao de humanos. Mas, diferentes do chimpanzés e outros primatas, esse indivíduo possuía um quadril com angulação de 90º, que permitia uma disposição dos glúteos e de outros músculos da região muito semelhante à dos humanos, características de um bípede.










Recentemente, após estudos em fraturas no esqueleto, cientistas concluíram que Lucy teria morrido em uma queda de uma arvore de 14 metros. Essa informação aponta que tal espécie, apesar de andar sobre o solo em duas pernas, em dado momento subiria em arvores. A hipótese é de que isso seria um meio de fugir de predadores e cuidar dos filhotes, bem como para obter alimento.





A título de curiosidade, o nome Lucy foi uma homenagem à música do Beatles, Lucy in the Sky with Diamonds, por sugestão da namorada de Donald.





Entretanto, Lucy não foi o único fóssil encontrado. Alguns anos depois, em 1992, foi encontrado um esqueleto ainda mais antigo, da espécie Ardipithecus. Essa criatura data a bipedalidade do ser humano ainda mais longe no passado. Mais tarde, em 2011, foram encontrados outros fósseis de até três indivíduos diferentes, que foram denominados Australopithecus deyiremeda. Tal descoberta indica que haviam outras espécies ou variações da espécie de Lucy, vivendo ao mesmo tempo. Isso prova que, apesar de todos os achados, ainda há muito a se descobrir sobre nossos antepassados.



Referências:

Wallace no Brasil


     Wallace tinha um grande interesse em "conhecer os trópicos e mudar sua vida", portanto organizou seus negócios para concretizar esse seu desejo. Entrou em contato com Edward Doubleday, entomologista do museu britânico, que o incentivou a viajar para a região Amazônica, por haver um meio de recuperar seus gastos com a viagem vendendo espécies encontradas para colecionadores ingleses. Wallace decide viajar no inicio de 1948, como coletor de espécies.
Convidou seu amigo Bates,que aceitou e decidiram viajar para a Amazônia. Para financiar essa viagem, se propuseram a vender diversas duplicatas das espécimes encontradas para colecionadores ingleses, mantendo uma coleção para estudarem posteriormente.


Viagem para a Amâzonia

Nos dois primeiros anos, Wallace e Bates trabalharam na região do Rio Amazonas entre Belém e Santarém, incluindo o Rio Tocantins. Durante esse período coletaram cerca de 1300 espécies de insetos, principalmente besouros e borboletas. Após esse período decidiram trabalhar separadamente com o intuito de ampliar a área de coleta, Bates foi explorar o Rio Negro e Wallace decidiu subir o Rio Solimões.
Wallace permanece no Brasil nos anos de 1848 à 1852, durante esse período coletou, estudou, desenhou e investigou os hábitos, morfologia e distribuição territorial de diversas espécies. Isso contribui para que ele se tornasse um exímio colecionador, coletor e observador.

As viagens no Rio Amazonas e Negro

      Wallace sobe duas vezes o Rio Negro, sua primeira viagem durou mais de um ano. A grande diversidade de espécies de aves, macacos, borboletas, peixes e palmeiras encontrada ao longo do Rio Uaupés, o impressionou muito. Wallace relacionou o clima como um fator que favorecia a paisagem da região.
      Chegou as nascentes dos rios Negro e Orenoco, na Venezuela e pelo Rio Uaupés, também chegou até a Colômbia. Wallace desenhou o mapa dos Rios Negro e Uaupés com a utilização de um sextante e pelas anotações que conseguiu coletar de temperaturas e ebulição de água em diferentes locais dos Rios.O mapa inclui informações sobre as características da paisagem ao longo dos rios, a posição das cachoeiras e tribos indígenas, e as localidades pelas quais passou.
      Nos quatro anos em que permaneceu na região Amazônica, Wallace descreveu e desenhou cerca de 180 espécies de peixes e 50 de palmeiras, com anotações criteriosas sobre seus hábitats e hábitos de vida.
      Na viagem de volta à Inglaterra em julho de 1852, o navio em que estava incendiou-se e ele acabara perdendo sua coleção biológica, salvaram-se apenas seu diário e alguns desenhos de peixes e palmeiras.
Assim que chegou a Inglaterra Wallace publica o livro "A narrative of Travels on the Amazon and Rio Negro", que conta sobre suas experiências e aventuras ao longo dos Rios Amazônicos. Logo após, publica diversos artigos a respeito dos hábitos de muitos animais, características botânicas, distribuição geográficas desses seres vivos, e a geologia da região Amazônica.

Fonte: 
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/81/81133/tde-13042015-144132/pt-br.php

Dissertação de mestrado, Rosa Andrea Lopes de Souza.

Darwin no Brasil

O naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809 – 1882) embarcou em 27 de dezembro de 1831 no navio HMS Beagle (referência à raça de cães) sob o comando do capitão Fitz-Roy deixou a cidade de Davenport, no sudoeste da Inglaterra, para uma viagem de quatro anos e nove meses ao redor do mundo (1832 a 1836), visando mapear a costa da América do Sul. .  A embarcação passou pelo Brasil - em Salvador e Rio de Janeiro -, indo para o Uruguai, Montevidéu, Argentina, Patagônia no Chile e Ilha Galápagos. Em seguida foi para o Haiti, passando pela Nova Zelândia, Austrália e África. Depois desse percurso, ele acabou retornando à Bahia e seguiu para a Inglaterra. 


Chegou ao Brasil em 1832, percorrendo o seguinte trajeto: 20 de fevereiro, Fernando de Noronha; 28 de fevereiro a 18 de março, Salvador; 29 de março, Abrolhos; 4 de abril a 5 de julho, Rio de Janeiro; entre 8 e 24 de abril, realizou excursão ao interior do Estado. Em 1836, no retorno à Inglaterra, o Beagle passou novamente pelo Brasil, permanecendo, de 1 a 6 de agosto, em Salvador, e, de 7 a 12 de agosto, em Recife.

 Darwin, ao se comunicar com familiares e amigos, enviava correspondências, rochas, fósseis, animais e plantas que coletou durante o percurso a cada vez que o Beagle atracava. John Henslow, mentor de Darwin, famoso professor e botânico, ficou responsável de receber as amostras e entregar para descrição e análise feita por especialistas. Em 1836, ao retornar para a Inglaterra, Darwin já era famoso devido à qualidade do material que enviou.

Salvador – BA


Salvador foi seu primeiro contato com o continente americano e em seu diário, mostrou-se fascinado com a paisagem da cidade. Ele fica especialmente deslumbrado com a exuberância da vegetação, além de relatar que as construções tinham uma aparência elegante.
 Nos primeiros dias, caminhou pela cidade atento ao meio ambiente, e maravilhou-se com a diversidade e abundância de espécimes vegetais, com as flores e com o verde brilhante.O cientista descreveu sua experiência como "delightfully: delight is however a weak term for such transports of pleasure ..." (encantador: encanto é, contudo, um termo fraco para descrever tamanho prazer)

Rio de Janeiro


     O Beagle deixou Salvador em 18 de março e desceu pela costa brasileira até chegar ao Rio de Janeiro, em 5 de abril.Neste ponto da viagem Darwin ficou sozinho no Rio, pois o Beagle teve que retornar à Bahia para refazer algumas medições topográficas. Darwin residiu então em Botafogo, e fez pequenas expedições pela Floresta da Tijuca, Jardim Botânico, Penha e Gávea. Subiu o Corcovado e foi caçar na Fazenda dos Macacos, além disso, viajou pelo norte fluminense subindo a serra da Tiririca, em Niterói.
     Em seu diário, destacou o colorido da paisagem, observou a beleza de uma floresta de acácias, em Itaboraí, e as samambaias de Conceição de Macabu. Os animais que mais o interessaram e fascinaram foram os insetos. Darwin passava os dias coletando, observando e estudando o comportamento desses animais e suas anotações foram importantes para a formulação da Teoria da Evolução e o princípio da seleção natural.

     Apesar da fauna e da flora brasileira terem fascinado Darwin, os hábitos dos brasileiros não lhe agradaram. Ele criticou em seu diário de viagem, dentre alguns pontos, a existência de escravos no Brasil. Quando esteve em uma fazenda notou os privilégios destinados aos homens de posses e a burocracia brasileira, neste mesmo local, o cientista presenciou algo que o chocou profundamente: um negro tinha alguma dificuldade de comunicação, o que fez com que Darwin tentasse comunicar- se com ele por mímica e outros sinais. Num desses movimentos, conta ele, suas mãos passaram próximo ao rosto do homem, levando-o a acreditar que Darwin estava enraivecido por alguma razão e iria golpeá-lo. O negro abaixou imediatamente as mãos, semicerrou os olhos e dirigiu-lhe um olhar temeroso. Darwin relata o profundo sentimento de surpresa, desconforto e vergonha que se apoderara dele e que jamais iria esquecer.


Seleção Natural




Ponto de Partida


Algumas ideias são muito poderosas para explicar o que observamos na natureza. Um exemplo disto é o conceito de seleção natural para explicar o processo de evolução dos seres vivos. A ideia de que os seres vivos mudam com o tempo estava relativamente difundida na comunidade científica à época em que o inglês Charles Darwin (1809- 1882) publicou o livro "A origem das espécies". Entretanto, este livro foi fundamental para uma ampla aceitação da comunidade científica acerca da ideia da evolução biológica. Isso aconteceu porque Darwin explicou de uma forma muito convincente como ocorre o processo da evolução dos seres vivos. Ele propôs, entre outros, o conceito de seleção natural para explicar como os seres vivos evoluem. A seleção natural não é único mecanismo que propicia a evolução, mas é um aspecto muito importante do processo. A obra de Darwin, publicada em 1858, convenceu a comunidade científica e as pessoas em geral sobre a idéia de evolução. A forma como Darwin explicou processo de evolução biológica foi diferente da forma como outros explicavam. Um exemplo diferente de explicar as transformações dos seres vivos é a forma como o francês conhecido como Lamarck (1744-1829) explicava tal processo. Lamarck e outros pensadores, muito anteriores a ele e à Darwin, explicavam o processo de evolução através de outros mecanismos. A teoria de Darwin foi muito poderosa justamente porque foi convincente e fez com que a evolução passasse a ser encarada como uma verdade científica, amplamente aceita nos meios acadêmicos e na sociedade como um todo. Ainda hoje muitos pesquisadores investigam sobre os processos de evolução. A pesquisa neste campo foi muito enriquecida principalmente com informações do campo da genética. Darwin não se preocupou como o processo da hereditariedade, ou seja, sobre o mecanismo como as informações são transmitidas de uma geração para outra. Este tema foi investigado pelo austríaco Gregor Mendel (1822-1884), que não teve seus trabalhos reconhecidos na época que ainda era vivo. Porém, Mendel foi posteriormente considerado o pai da genética algumas décadas depois da publicação de seu trabalho, porque tal trabalho deu origem ao campo da genética, que está em pleno desenvolvimento na atualidade. Apesar de Darwin não ter se preocupado pela forma exata como as características são transmitidas de uma geração para outra ele explorou os fatores que levam um organismo ou uma espécie a se perpetuar no ambiente. Ele criou conceitos que ajudam a entender porque algumas espécies permanecem no ambiente enquanto outras são extintas. Seu trabalho foi fruto de um acúmulo de informações dele, e de outros pesquisadores, que ele conseguiu organizar para explicar e evolução de uma forma muito interessante e convincente.




Origem da Teoria
As observações sobre o comportamento da natureza eram constantes por parte dos intelectuais no século XIX. nesse período diversas teorias sobre os seres vivos e sua sobrevivência no meio surgiram. Entre 1832 e 1844, Charles Darwin esboçou sua teoria da evolução por meios de seleção natural como uma explicação para a adaptação e especiação. Ele definiu a seleção natural como um "princípio no qual cada pequena variação (ou característica), se benéfica, é preservada" O conceito era simples mas poderoso: indivíduos mais aptos ao ambiente têm mais chances de sobreviver e reproduzir-se E enquanto existir algum tipo de variação entre eles, ocorrerá uma inevitável seleção de indivíduos com as variações mais vantajosas.
Se as variações são hereditárias, um diferencial no sucesso reprodutivo irá acarretar uma evolução progressiva de uma dada população particular de uma espécie, e populações que evoluem ficando suficientemente diferentes, podendo acabar se tornando espécies diferentes.
As ideias de Darwin foram inspiradas pelas observações que ele havia feito na Viagem do Beagle, uma de suas considerações foi de que a população (se não supervisionada) crescia exponencialmente enquanto que o suprimento de comida só crescia linearmente; logo limitações inevitáveis de recursos acarretariam implicações demográficas, levando a uma "luta pela sobrevivência", na qual somente o mais apto sobreviveria.
Darwin foi meticuloso em arregimentar e refinar evidências, compartilhando suas ideias somente com poucos amigos. Ele foi inspirado a publicar suas ideias depois que o jovem naturalista Alfred Russel Wallace concebeu independentemente o princípio da seleção natural e o descreveu em uma carta que enviou a Darwin. Os dois resolveram apresentar dois pequenos ensaios a Sociedade Linneana anunciando a codescoberta do princípio em 1858.  Darwin publicou um relato mais detalhado de suas evidências e conclusões em seu livro A Origem das Espécies de 1859.



A Viagem de Darwin


A missão da viagem, que partiu da Inglaterra em 1831, era mapear a costa da América do Sul para atualizar as cartas náuticas britânicas e de quebra deixar na Patagônia três indígenas argentinos que haviam sido catequizados. Darwin, então com 22 anos, foi convidado para o “passeio” apenas para fazer companhia ao capitão, Robert Fitzroy
O navio Beagle aportou na Bahia e depois seguiu para o Rio, onde o criacionismo, crença religiosa de que Deus criou todos os seres vivos, teve seu primeiro baque. Ao observar uma mosca injetar seus ovos em uma lagarta viva para que as larvas se alimentassem das entranhas, Darwin se perguntou como poderia um Deus “bom” ter feito uma criatura tão cruel.Outro choque para Darwin no Brasil foi presenciar o comércio de escravos, prática que já havia sido abolida na Inglaterra em 1808
Depois de uma passagem por Uruguai, o Beagle ancorou na Argentina, onde libertou os indígenas que haviam sido capturados anos antes. No país, Darwin coletou fósseis de preguiças e tatus ancestrais e constatou que se tratava de animais gigantes, que mudaram muito até virarem os descendentes de hoje
O navio continuou em direção ao sul, chegando à Patagônia, onde Darwin encontrou ainda outra pista da evolução das espécies: existiam dois tipos de emas na região, mas um exemplar era gigante (ao norte) e outro era pequeno (ao sul). A semelhança entre os bichos sugeria que uma espécie originou a outra ou que ambas tinham um ancestral comum
Nas Ilhas Galápagos, Darwin achou pássaros com bicos diferentes: alguns para comer sementes, outros para cactos. Anos depois, ele entenderia que os pássaros tinham um ancestral comum, mas evoluíram em ambientes distintos: os que sofreram mutações vantajosas para seu meio sobreviveram e passaram os traços aos seus descendentes
 Apesar de abalada pelas descobertas, a fé criacionista de Darwin perdurava. Na Austrália, em 1836, ele observou a armadilha usada pela formiga-leão para capturar suas presas e concluiu que apenas um Criador poderia ter dado ao bicho esse mecanismo complexo. Também estranhou o ornitorrinco e o considerou fruto de um “projeto especial” de Deus
 O navio ainda viajou por oito meses depois de deixar a Oceania. Durante o trajeto, Darwin coletou e despachou ossos, carcaças, pedras e plantas para especialistas ingleses. Quando voltou à Inglaterra, em outubro de 1836, escutou a opinião dos especialistas que tinham recebido suas amostras e começou a traçar

A Teoria

O processo de seleção natural originário das teses evolutivas de Charles Darwin é adotado pelos cientistas como a teoria mais viável na justificação da capacidade que determinados seres vivos possuem de sobreviverem ao longo do tempo, em detrimento de outros, e da sua aptidão para se converterem em múltiplas variedades de espécies. Todo este mecanismo está comprovado por meio de evidências fósseis.
Segundo Darwin, a seleção natural ocorre através da conformação de certas propriedades benéficas ao contexto ambiental, as quais são legadas hereditariamente para os sucessores dos seres vivos. Desta forma, estas características favoráveis configuram paradigmas que se fortalecem no seio dos entes vivos. Por sua vez os traços não propícios vão rareando até desaparecerem, pois não são mais transmitidos para a posteridade. Este é o procedimento elementar da teoria evolutiva.
Assim, os seres com fenótipos bons – elementos orgânicos que podem ser examinados, como as formas da matéria, seu crescimento, características bioquímicas, fisiológicas e comportamentais – apresentam maior dom para resistir às intempéries e se multiplicar do que os que portam fenótipos desfavoráveis. No desfecho deste enredo este mecanismo pode revelar a aptidão de certas entidades ao meio ambiente, as quais serão localizadas em recantos ecológicos específicos.
As modificações realizadas com sucesso revigoram a perpetuação vital dos seres nos quais elas são implementadas, capacitando-os a reproduzir-se e, assim, a transmitir estas mutações aos entes vindouros, os quais, evolutivamente, podem vir a constituir novos espécimes.
Sempre focando na configuração de novos elementos e no seu legado hereditário, a seleção natural não faz diferença entre seleção ecológica, realizada pelo meio, e seleção sexual, empreendida pela reprodução das espécies, pois cada atributo do ser pode estar presente ao mesmo tempo nestas duas categorias. Uma variedade determinada, por exemplo, além de tornar o ser mais capaz de resistir aos desafios naturais, é herdada pelos sucessores, que terão mais condições de se perpetuar do que os que apresentam mutações não condizentes com o mecanismo de adaptação ao ambiente.
Para entender um pouco melhor como funciona a Seleção Natural, observe o exemplo a seguir de uma população de besouros:


Referências:


Isolamento Reprodutivo

      O conceito de isolamento reprodutivo se dá por como um fator que impossibilita o cruzamento entre duas espécies distintas. É extremamente importante para o processo de especiação, visto que impede a mistura de genes de subpopulações até que estas, isoladas, não consigam mais se reproduzir.
Especiação: processo de formação de novas espécies, onde podem se formar grupos intermediários. Esse fenômeno só será possível se as duas populações estiverem de alguma forma separadas.
Os tipos de isolamento são diversos. Entre os quais se podem destacar, estão o isolamento geográfico e o isolamento biológico, este último subdividindo-se entre mecanismos pré-zigóticos e pós-zigóticos.

Isolamento Geográfico

No isolamento geográfico, as barreiras que impedem a reprodução são físicas, podendo surgir de alterações ambientais ou de acidentes geográficos. As duas espécies estarão separadas por tais barreiras, sendo evitado o contato físico entre elas. Podem ser rios, serras, montanhas, etc.


Isolamentos Biológicos
Mecanismos pré-zigóticos:


São os mecanismos que impedem a formação do zigoto, visto que a fecundação também é impedida. Os principais tipos são:

  • ·        Isolamento estacional ou sazonal: resulta de diferentes épocas de reprodução entre espécies. Aplica-se tanto para animais quanto para plantas.
  • ·        Isolamento de habitat ou ecológico: quando duas espécies não se cruzam por viverem em habitats diferentes.
  • ·        Isolamento etológico ou comportamental: resulta de diferentes padrões de comportamentos antes do acasalamento. Assim, impede-se que indivíduos de uma população não reconheçam os sinais de corte de uma população de outra espécie.
  • ·        Isolamento mecânico: ocorre quando diferentes espécies não apresentam compatibilidade quanto aos órgãos reprodutores. Aplica-se para animais e também para plantas.
  • ·        Mortalidade gamética: decorre da não-sobrevivência dos gametas masculinos de uma espécie dentro do sistema reprodutivo feminino de outra população.



Mecanismos pós-zigóticos:
    São os mecanismos que tornam inviáveis a sobrevivência do híbrido ou sua futura reprodução, ou seja, torna-o estéril. Entre esses, estão:

·        Mortalidade zigótica ou inviabilidade do híbrido: mesmo que haja a fecundação do zigoto, tal zigoto não é capaz de sobreviver devido a uma interrupção do desenvolvimento embrionário, pelo fato de os genes materno e paterno não serem compatíveis.

·        Esterilidade do híbrido: decorre do desenvolvimento normal do embrião após a fecundação entre duas espécies diferentes; no entanto, esse híbrido será infértil. A infertilidade pode resultar de gônadas ou meiose anormais.

·        Deterioração da geração F2: ocorre quando a primeira geração de híbridos não é estéril. No entanto, os seus descendentes (indivíduos da geração F2) são frágeis e inférteis. Se por um acaso houver reprodução entre essa geração e indivíduos das espécies parentais, a inviabilidade do híbrido poderá ocorrer. 


Fontes:
http://www.ib.usp.br/evolucao/inic/text15.htm
http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/VC1gReproIsolation.shtml
https://djalmasantos.wordpress.com/2010/11/20/isolamento-reprodutivo/
http://knoow.net/ciencterravida/biologia/isolamento-reprodutivo/ 




Recombinação e Reprodução Sexuada


- Reprodução sexuada


A reprodução sexuada está relacionada com processos que envolvem troca e mistura de material genético entre indivíduos da mesma espécie. Os indivíduos que surgem por reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles.

Os indivíduos que surgem por reprodução sexuada assemelham-se aos pais, mas não são idênticos a eles. 
Esse modo de reprodução, apesar de mais complexo e energicamente mais custoso do 
que a reprodução assexuada, traz grandes vantagens aos seres vivos e é utilizado em maior escala pelos diferentes grupos. Mesmo que os organismos apresentem reprodução assexuada podem também se reproduzir sexuadamente, embora existam algumas espécies em que a reprodução sexuada não ocorre. 


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Se o nosso ambiente fosse completamente estável, sem sofrer alterações ao longo do tempo, a reprodução assexuada seria muito vantajosa, pois preservaria, sem modificações, as características dos organismos para uma certa condição ecológica. Entretanto, essa não é a realidade. O meio ambiente sempre apresenta alterações, sobreviver a elas depende em grande parte do patrimônio genético, que deve conter as mais variadas soluções. 

Resultado de imagem para reprodução sexuada esquemaNos animais, a reprodução sexuada envolve a meiose, cujos produtos são sempre os gametas, células reprodutivas haplóides. Os gametas masculinos são os espermatozóides e os femininos, os óvulos. 
Na maioria dos animais, os espermatozóides o produzidos pelo indivíduo do sexo masculino e os óvulos são produzidos pelo indivíduo do sexo feminino. Nesses casos, os sexos são separados. Alguns animais, no entanto, como é o caso das minhocas, são hermafroditas, pois óvulos e espermatozóides são produzidos pelo mesmo indivíduo. 







- Recombinação gênica

A recombinação gênica (ou genética) refere-se à troca de genes entre duas moléculas de ácido nucléico, para formar novas combinações de genes em um cromossomo.  
Se dois cromossomos se rompem e unem-se novamente, alguns genes transportados por esses cromossomos são trocados, processo denominado crossing over. Os cromossomos originais se recombinam, de modo que cada um agora transporta uma parte dos genes do outro. 
ImagemEm eucariotos, a recombinação genética é um processo ordenado, que normalmente ocorre como parte do ciclo sexual do organismo. A recombinação geralmente acontece durante a formação das células reprodutivas, de modo que essas células contenham DNA recombinante. Já em bactérias, a oportunidade para a recombinação genética pode surgir de várias maneiras diferentes, mas em todos os casos, duas moléculas de DNA são unidas. 
Um dos processos que podem ocorrer para uma recombinação é a chamada conjugação, em que uma bactéria transfere DNA em um sentido para outra bactéria por contato célula-célula. O DNA transferido pode ser parte ou todo o genoma bacteriano ou pode ser um elemento de DNA extragenômico denominado plasmídio. Nesse processo uma bactéria atua como doadora e outra como receptora, sendo que a primeira transfere parte do seu material genético para a outra, e a segunda apenas o recebe e incorpora ao seu genoma. O fato de uma bactéria ser doadora e outra receptora de deve ao fator fertilidade (F), as linhagens que carregam tal fator são designadas F+ e podem doar DNA, as que não possuem e não doam, são denominadas F-. 
Uma célula bacteriana também pode obter uma parcela de DNA do ambiente, incorporando-o a seu próprio cromossomo, processo chamado transformação. Esse DNA pode ser proveniente  de células da mesma espécie ou de outras espécies que morreram, mas que ainda se encontram dispersas pelo ambiente, ou, mesmo, secretado por bactérias ainda vivas. Esses pedaços isolados de DNA são captados pelas células bacterianas através da parede celular e da membrana plasmática.