terça-feira, 25 de outubro de 2016

Viagem de Darwin

Em dezembro de 1831, Charles Darwin, com apenas 22 anos, zarpou a bordo do navio H.M.S. Beagle, comandado pelo capitão Robert Fitzroy, em uma viagem para realizar o estudo cartográfico da América do Sul, a fim de futuras explorações.
Sua viagem teve cerca de 20 paradas, começando pela Ilha de Cabo Verde, onde Darwin coletava materiais fósseis e não-fósseis de plantas e animais. Lá ele descobriu cerca de 210 novas espécies (dentre elas invertebrados, algas, peixes, mamíferos)
Passou por Fernando de Noronha, Salvador e Rio de Janeiro, onde permaneceu por um tempo pois seu navio retornou a Salvador para rever cálculos cartográfica dando a ele tempo para realizar suas observações. Depois disso, passou pelo Uruguai, Argentina e Chile.
Na Patagônia, ocorreu um fato curioso. A tripulação do Beagle, para se alimentar, caçava emas (Rhea americana). Porém havia algumas emas diferentes, um pouco menores, consideradas apenas como uma ema mais jovem. Na ceia de natal, esta ema diferenciada foi servida, e ao comer, Darwin reparou que na ossada havia algo diferente. Pediu então ao cozinheiro as penas da ave. E ao voltar para a Inglaterra, descobriu, com as penas e ossos, que aquela era uma espécie diferente de ema, que foi denominada de Rhea darwinii.
No Chile, fez uma expedição aos Andes, onde ultrapassou os 1.000m de altitude, e encontrou lá fósseis de conchas (se relacionando ao trabalho de Charles Lyell, "Princípios da Geologia"). Isso, junto com as anotações feitas em outros países, com mudanças de clima e temperaturas, fez com que ele duvidasse do modelo vigente, da imutabilidade das espécies.
Ao sair de lá, partiu para as Ilhas Galápagos. Lá ele reparou que em cada ilha do arquipélago, haviam tipos diferentes de pássaros, árvores e cágados. Após isso, partiu para a Nova Zelândia, Austrália e África. Voltou à Bahia e seguiu de volta para a Inglaterra.

Sua viagem rendeu a coleta de 1.529 espécies fósseis, 3.907 espécimes preservados e um diário de 770 páginas, com tudo que Darwin observava registrado.


Tentilhões de Darwin
Ao chegar, em 1937, consultou ornitólogos e descobriu que os tentilhões, pássaros coletados nas várias ilhas de Galápagos, eram de espécies diferentes. A partir disso Darwin começou a escrever suas primeiras notas sobre a origem das espécies, relacionando a evolução das mesmas à adaptações ao clima e vegetação.

Em 1938, teve contato com a obra de Thomas Malthus que dizia que a população crescia em progressão geométrica e a produção alimentícia em progressão aritmética, concluindo que isso levaria a uma competição das espécies pela sobrevivência.
Com sua pesquisa da mutabilidade das espécies, Darwin chegou à conclusão de que espécies com vantagens sobre certo tipo de ambiente, iriam acabar ganhando essa competição pela sobrevivência, e as espécies sem vantagens acabariam extintas. A esse fator, Darwin deu o nome de seleção natural.
Com todas suas descobertas dessa viagem, Darwin começou a escrever o livro  "A origem das espécies", porém estava relutante para publicá-lo, devido à contradição com o criacionismo, modelo vigente da época.
Livro "A origem das espécies"

Até que em 58 recebeu uma carta de um naturalista que realizou um trabalho sobre o mesmo tema no arquipélago Malaio, e que pediu a Darwin para avaliar sua pesquisa. Darwin comentou que Wallace havia resumido de forma esplendorosa seu trabalho de 22 anos.
  • Fonte bibliográfica:




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